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Um caminho possível

É inegável que o maior desafio que hoje se impõe aos dermatologistas é a invasão da especialidade por diversos profissionais não capacitados, médicos e não-médicos. Embora não desprezíveis, os danos que esta invasão causam a nós dermatologistas não chegam nem perto dos perigos que a população corre nas mãos destes indivíduos incompletamente preparados.

O debate se a cosmiatria deve ou não integrar o arsenal dermatológico já foi totalmente superado, não apenas no Brasil, mas na maior parte do mundo. Hoje, a questão principal que se impõe é de como preservar esta área de atuação, sempre tendo como prioridade o benefício dos pacientes. A terapêutica estética médica deve ser realizada como qualquer outra intervenção médica, jamais oferecida como um serviço ou mercadoria qualquer.

A estratégia para confrontar esta situação começa a se desenhar. As ações para preservar as boas práticas da Dermatologia e a segurança da população devem compreender três braços: 1) Esclarecimento e sensibilização da opinião pública por meio de intervenções estratégicas na mídia; 2) Atuação institucional junto ao poder público, órgãos regulamentadores e representações médicas e; 3) Medidas jurídicas descentralizadas cabíveis.

As ações de marketing, embora caras, são essenciais, e devem ser conduzidas como parte de uma ação global que diretamente esclareça a população sobre a importância de que seu tratamento da pele, clínico, cirúrgico ou cosmiátrico, seja feito por um médico qualificado, o Dermatologista da SBD.

As relações institucionais devem ter uma abordagem especializada e profissional, centrada nos ministérios e secretarias de saúde e educação e, principalmente nas instituições médicas, AMB e CFM. Por exemplo, a tabela CBHPM, tão importante em nossas vidas, é determinada pela AMB, e as resoluções do CFM, embora tenham um enorme potencial de facilitar a prática da especialidade, nos tem sido, por vezes, prejudiciais.

O campo jurídico, embora de resultados mais lentos, não pode ser negligenciado. Se os incautos que sem a devida formação atuam neste terreno começarem a ter de se explicar à justiça, pensarão duas vezes antes de embarcar nesta aventura.

Cada vez mais precisamos profissionalizar nossas representações e nos unirmos em torno das situações críticas que afetam nossa amada Dermatologia. E vamos adiante trabalhando!

Flávio Luz – presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro