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SBD-RJ firma acordo com Estado do Rio para melhorar a atenção à saúde em relação à dermatoses negligenciadas

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O presidente da SBD-RJ, Egon Daxbacher, se reuniu nesta quarta-feira (10) com o secretário estadual de Saúde, Luiz Antonio de Souza Teixeira, com o objetivo de discutir dermatoses negligenciadas, particularmente micoses sistêmicas e subcutâneas. Também participou do encontro o médico dermatologista do Departamento de Doenças Infecciosas e Parasitarias da SBD-RJ e sanitarista da Fiocruz, Ziadir Francisco Coutinho.

– O encontro foi bastante produtivo, pois foram sinalizadas algumas medidas que significarão avanços alvissareiros nessa área comumente deixada de lado – afirmou Ziadir.

Ficou acertado um treinamento em doenças dermatológicas negligenciadas para o segundo semestre, em que se abordará a hanseníase, sífilis e micoses sistêmicas e subcutâneas com acento dermatológico, entre elas: esporotricose, paracoccidioidomicose, criptococose etc. Para o presidente da SBD-RJ, a reunião mostrou o quanto a Secretaria percebe que a Sociedade é importante como parceira e apoiadora técnica das questões envolvendo a pele.

– E na reunião o secretário Luiz Antonio nos convidou para participar de uma mobilização contra a sífilis (em janeiro provavelmente), em uma campanha voltada para jovens, mulheres e seus parceiros. Demos, sem dúvida, um importante passo – ressaltou Egon Daxbacher.

Para possibilitar o diagnóstico sorológico para as micoses sistêmicas (paracoccidioidomicose, criptococose etc.), o secretario disse que pretende viabilizar um centro de coleta de espécimes humanos para, após acertos com a Fiocruz, encaminhar estas amostras que serão processadas por meio  do Laboratório de Referência Nacional em Micoses Sistêmicas, (Fiocruz- MS).

Esporotricose: exame micológico direto e cultura em unidade do estado

No caso da esporotricose, chamada popularmente de doença do gato, o Rio de Janeiro vive a maior epidemia já registrada. Recentemente, após mais de 10 mil casos humanos e felinos da doença, foi estabelecida como agravo de notificação compulsória. No entanto, ainda faltam treinamento, apoio diagnóstico e medicamentos.

O secretario Luiz Antônio Teixeira disse ainda que vai viabilizar providências para disponibilizar o exame micológico direto e cultura em unidade própria do estado – a operacionalização da medida será discutida oportunamente. Essa confirmação diagnóstica proporcionaria maior segurança para o paciente. A SBD-RJ, a SES-RJ e a UERJ, por meio do programa de telessaúde do Ministério da Saúde, núcleo Rio de Janeiro, localizado na UERJ, vão elaborar um vídeo-aula sobre esporotricose e o material pedagógico, ao ser disponível no portal da SBD, será linkado ao site da SES-RJ.

A paracoccidioidomicose, conhecida como doença do capim, micose sistêmica que atinge principalmente trabalhadores rurais e da construção civil, cujo principal diagnostico diferencial é a tuberculose e que apresentou recentemente um surto da área do arco metropolitano, também foi discutida e aventou-se a possibilidade de inclui-la no rol de doenças de notificação compulsória do estado do Rio de janeiro.

Os estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Rondônia já decretaram a doença como de notificação compulsória. Por outro lado, será analisada a possibilidade de implantação da avaliação de função adrenal (teste da cortrosina) em unidade da Secretaria, já que 40% dos pacientes de paracoccidioidomicose apresentam comprometimento das glândulas adrenais e necessitam de uso crônico de cortisona.

A Criptococose, bastante relacionada com excrementos de aves, particularmente pombos, micose sistêmica oportunista que mata entre nós, principalmente pessoas com aids, com letalidade elevadíssima, variando entre 45% e 65%, também não foi esquecida e o objetivo é que tenhamos acesso ao teste de diagnostico rápido, por meio do Laboratório de Referência Nacional em Micoses Sistêmicas, para os pacientes necessitados e dos medicamentos indicados para a intervenção terapêutica imediata, isto é, antifúngicos específicos: itraconazol, Anfo B lipossomal, 5 fluocitosina, sendo que este último, o secretário Luiz Antônio se engajou, no sentido de levar o pleito junto ao CONASS, para que esta droga passe a constar da cesta de medicamentos disponíveis para este agravo.

Por Ziadir Francisco Coutinho e Egon Daxbacher.