SBDRJ E FIOCRUZ FAZEM ATENDIMENTO GRATUITO
E REALIZAM PALESTRAS PARA PUBLICO E PROFISSIONAIS DE SAÚDE
O Dia Mundial de combate à Hanseniase foi marcado no Rio de Janeiro por uma atividade realizada pela SBDRJ e a Fiocruz.
No dia 6 de fevereiro, os médicos da Fiocruz, Dr Jose Augusto da Costa Nery (do Departamento de Hanseníase da SBDRJ) e Dr. Ziadir Francisco Coutinho, estiveram à frente de diversas atividades realizadas na ENSP para lembrar a Hanseníase, doença que acomete cerca de 35 mil pessoas por ano no Brasil (Fonte Ministério da Saúde). Eles frisaram que o país é o segundo no mundo a apresentar números alarmantes, perdendo apenas para a India.
As atividades atraíram grande número de profissionais de saúde, inclusive uma delas, a sessão científica, lotou de médicos, principalmente dermatologistas. Houve também palestras para a população e outras para profissionais de saúde em geral, principalmente aqueles que trabalham no Programa de Saúde da Família.
Em entrevista, os médicos explicaram seu trabalho:
Quanto tempo vocês já fazem as atividades do Dia Mundial da Hanseníase?
Ziadir Francisco Coutinho: Há mais de três anos. Nós anualmente fazemos algum evento dentro da Fiocruz, no ambulatório Souza Araújo do IOC e no Centro de Saúde e Escola Germano Faria, para lembrar o Dia Mundial da Hanseníase. O Brasil é um dos países que tem o maior contingente de hanseniano do globo e nós achamos que temos que lembrar essa data. Os dermatologistas têm que estar atentos porque é um agravo que acomete a população brasileira e um problema de saúde pública que nós temos que compartilhar as possibilidades no sentido de eliminar essa doença entre nós.
É uma excelente iniciativa a de reunir equipes multiprofissionais de saúde do PSF e outros profissionais de saúde, porque imagino que deva ser complicado o diagnóstico. Deve haver uma subnotificação por falta de treinamento de profissionais de saúde para detectar essa doença. Não é isso?
José Augusto Nery: Exatamente. Eu acho que com essa descentralização do profissional de dermatologia, ela reúne parceiros, outros colegas, como por exemplo, os clínicos. Então há necessidade desses clínicos serem ativados, serem sensibilizados para a doença e colaborar para a dermatologia, que já faz isso há muitos anos, para poder tentar diagnosticar precocemente e diminuir as incapacidades.
Como é feito o treinamento para diagnóstico?
Nery: Na verdade, o Ministério da Saúde tem feito muito treinamento. Em todo o país. E o foco são os profissionais de saúde. Muitas vezes direcionados aos próprios funcionários que já estão dentro dos postos de saúde. Tendo essa descentralização, eu acho que com essa saída do médico em busca do paciente na sua casa, realmente é muito importante, mas precisamos fazer mais esforços para todos sejam bem treinados.
Como foi a receptividade da população e dos profissionais de saúde que vieram nas atividades?
Ziadir Francisco Coutinho: Sinceramente a gente tinha a expectativa de que houvesse um comparecimento maior, mas teve um bom público nos eventos e com muita atenção. Nós precisamos disseminar mais esse conhecimento. Acho que precisamos fazer eventos, periodicamente dentro da SBDRJ, estar com essa questão em pauta. Não podemos tirá-la da pauta.
Alguma questão a mais sobre a Hanseníase que os senhores gostariam de abordar?
José Augusto Nery: O que o Ziadir colocou é muito interessante. Não pode ser uma coisa pontual, tem que ser um trabalho de rotina para sensibilizar quem ainda não está sensibilizado, fazer uma nova avaliação de quem já está no programa para podermos capacitar melhor. É um trabalho que eu acho que a SBDRJ tem feito muito bem com essa gestão. O importante é que a gestão da SBDRJ, no que toca à Hanseníase, tenjha sempre uma pessoa que dê continuidade.
Ziadir Francisco Coutinho: o Brasil tem o compromisso internacional de eliminar a Hanseníase. A meta é até 2015. Já foi adiada várias vezes. Eliminar a Hanseníase significa colocá-la abaixo de 1 caso para 10 mil habitantes. Nós tínhamos uma taxa muito alta. Atualmente está em 1.5, sendo que a maior incidência é no Norte, Centro Oeste e Nordeste. Não podemos fugir dessa luta e a dermatologia tem que estar junto não só nesses lugares onde é mais alto, mas também nos grandes centros porque a doença está nos bolsões de pobreza assim como está os outros grandes agravos coletivos que nós temos. Temos que ser solidário com a nossa população, com o nosso olhar para esses grandes agravos estar sempre presente. A hanseníase está listada entre eles.
Existe alguma parceira da SBDRJ ou da Fiocruz com a sociedade de Medicina e Família?
José Augusto Nery: Não existe. Isso eu acho que tem que ser feito ao longo dos anos, como o Ziadir falou. Nós estamos amadurecendo cada vez mais, tentando chegar próximo. Essa disseminação e descentralização para outra especialidade é muito importante, fundamental. Gostaríamos de agradecer a SBDRJ pelo apoio. É importante essa divulgação, e agradecer também o Dr. Ziadir que trabalha numa outra unidade, que é a ENSP e nós juntos, do departamento do IOC, estamos realizando este trabalhando.