O auditório do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, em Botafogo, ficou pequeno para a primeira Reunião Mensal (RM) do ano da Sociedade Brasileira de Dermatologia do Rio de Janeiro (SBDRJ), realizada no último dia 29 de março. 340 dermatologistas compareceram ao evento e, além de escolherem o caso do mês, tiveram a oportunidade de trocar experiências sobre novidades no mercado de medicamentos, novas tecnologias disponíveis para tratamentos, abordagens atualizadas sobre tumores e ainda sobre como devem orientar seus pacientes em relação à vacinação contra a febre amarela. Para o presidente da SBDRJ, Egon Daxbacher, a RM de março foi bastante proveitosa e superou em público a realizada em março 2005.
– Superamos todas as expectativas de público. Voltamos a um quorum maior que em 2005 e perto do registrado em março de 2009.
O caso vencedor foi Poroma écrino: o papel da dermatoscopia no diagnóstico (Hospital Federal da Lagoa), de Paulo Fernando Barbosa de Camargo Andrade, Karilena Fernandes Souza, Naiara Luiza Bordignon, Larissa Harumi Tanaka, Rachel Grynszpan e Juliana Marques da Costa.
Em segundo lugar, ficou Dermatite Granulomatosa Reativa : relato de caso (Hospital Universitário Gafrée e Guinle), de Carlos Arthur Figueiredo Athayde, Luciana Ferreira Araújo, Ricardo Barbosa Lima, Antônio Macedo D’Acri e Carlos José Martins. E na terceira colocação, Queilite Folicular: uma manifestação do prurigo actínico? (Hospital Federal de Bonsucesso), de Mayara Reis de Oliveira, Paula Carolina Costa Souza, Luciana Lentz Pereira, Priscila Soares de Souza, Beatrix Sabóia Zink e Thiago Jeunon de Sousa Vargas.
A palestra principal foi proferida pelos colegas Fabiano Leal, Luna Azulay, Regina Schechtman e Rodrigo Pirmez. E as discussões se deram em torno do Ecos do Meeting da American Academy Of Dermatology (AAD), que aconteceu de 3 a 7 de março, em Orlando, na Flórida.
O assunto do momento, febre amarela, ganhou destaque na parte final da Reunião Mensal, com palestra da dermatologista Ana Luisa Sampaio, que elaborou sua apresentação com o colega João Avelleira. A ideia foi orientar os colegas em relação aos pacientes que podem ou não receber a vacina.
– É uma situação nova e dinâmica, temos que estar atentos aos riscos de vacinar e os efeitos adversos em nossos pacientes – afirmou Ana Luisa.
Egon Daxbacher explicou que é preciso avaliar caso a caso, e que já foi elaborado e está sendo atualizado constantemente um protocolo da SBDRJ, criado pelos drs. Ana Luisa Sampaio e João Avelleira, para melhor orientar os dermatologistas.
– Há pacientes que tomam remédios que alteram a imunidade; é preciso avaliar a taxa de efetividade da vacinação; doenças sistêmicas estáveis com participação do sistema imunológico podem piorar com a imunização. Tudo isso foi discutido e acabou sendo bem proveitoso, apesar de precisarmos de mais evidência científica sobre os efeitos da vacina de febre amarela em casos específicos.