Queda de cabelos é uma das queixas mais frequentes nos consultórios de dermatologia e, durante a pandemia, essa queixa apresentou um aumento expressivo. Sua relação com o novo coronavírus é um tema cada vez mais estudado. O quadro clínico mais comum é o Eflúvio Telógeno Agudo (ETA) e muitos fatores podem estar relacionados ao seu surgimento.
O ETA não é exclusivo da infecção pelo SARS-CoV-2 e pode estar presente em outras condições, tais como como: deficiências nutricionais, doenças sistêmicas, uso de medicamentos, infecções, pós parto e cirurgias. Trata-se de uma perturbação temporária do ciclo capilar que resulta no aumento da queda diária dos fios, convertidos de forma abrupta e sincrônica para a fase de repouso (telógeno).
No caso da COVID-19, o que se tem percebido na prática é uma queda mais precoce do que o habitual, em torno de 1 a 2 meses após a infecção; em contraste com as demais causas de ETA, que se manifestam clinicamente em torno de 3 meses após o evento desencadeador. A boa notícia é que possui duração autolimitada na maioria dos casos, ou seja, melhora sem a necessidade de tratamento em torno de 3 a 6 meses após seu início.
Ainda não se sabe ao certo qual o mecanismo de ação do ETA causado pelo SARS-CoV-2. Pode estar relacionado à própria infecção, às medicações utilizadas e, há quem acredite no papel do estresse emocional como gatilho. Especula-se também que o ETA poderia ocorrer devido à formação de micro trombos, que obstruiriam os vasos sanguíneos responsáveis pelo aporte sanguíneo do pelo. Porém, mais trabalhos são necessários para maior compreensão desse assunto.
São muitas as informações divulgadas desde o início da pandemia e novos estudos sobre esse tema estão sendo realizados constantemente. Caso quadro semelhante esteja acontecendo com você, é muito importante procurar um dermatologista membro da SBD para avaliação e orientação direcionada à sua queixa.
Dra. Daniela Martinez, pelo Departamento de Cabelos da SBDRJ – Gestão 2022/2022
Departamento de Cabelos da SBDRJ – Gestão 2022/2022: Dr. Daniel Fernandes Melo e Dra. Violeta Tortelly
