A presidente da SBDRJ e coordenadora da Câmara Técnica de Dermatologia do CREMERJ, Ana Maria Mósca de Cerqueira, em entrevista ao jornal Extra, explica o uso da roupa com filtro solar e avisa que no Brasil, onde a vestimenta ganha cada vez mais adeptos no verão, “são muito importantes”, ressaltou. Leia a entrevista completa em: http://extra.globo.com/noticias/rio/protecao-moda-de-maos-dadas-para-verao-11057797.html#ixzz2nyMbzzFB
RIO — Durante anos, dermatologistas se esforçaram para conscientizar pessoas que adoram se expôr ao sol, principalmente no verão. Até tem gente que ainda insiste em ficar estendido na areia para se bronzear, sem nenhuma proteção para a pele. Mas o aumento da procura por novas formas de prevenção contra os efeitos nocivos dos raios solares tem levado o mercado a lançar novos produtos, como as chamadas roupas “sunblock”.
Fabricantes garantem que as peças oferecem máxima proteção, já que utilizam tecnologia responsável por bloquear até 98% dos raios solares ultravioletas. Em um tecido comum, por exemplo, o percentual é de apenas 5%. Além disso, a promessa é de que a durabilidade da proteção de roupas e acessórios com esse tipo de bloqueador seja permanente, já que o efeito não sai com as lavagens.
Para dermatologistas, o uso dessas roupas é irrestrita e altamente recomendável para todas as raças e idades.
— São roupas que já existem em todo o mundo. É importante que as pessoas saibam que, em um país tropical como o Brasil, são especialmente importantes — diz a presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/RJ e integrante da Câmara Técnica de Dermatologia do Cremerj, Ana Maria Mósca.
Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que o câncer de pele é o tipo mais comum e representa mais da metade dos diagnósticos da doença. No Brasil, foram mais 130 mil novos casos em 2012, sendo 60 mil homens e 70 mil mulheres.
Conceito de proteção veio da Austrália
O conceito de roupa com proteção solar surgiu na Austrália, há quase 20 anos, quando o país, com muito sol e população de pele clara, começou a apresentar índices alarmantes de pessoas com problemas dermatológicos. Assim, o país adotou política de saúde pública para incentivar a criação de novos métodos de proteção solar.
Ana Maria explica que as peças são produzidas com tecidos especiais, de alta tecnologia, que levam em sua composição fios à base de dióxido de titânio e funcionam como barreira física.
— Em roupas normais, como a camiseta branca e básica de algodão, a proteção é muito pequena e inadequada — explica a dermatologista, acrescentando que roupas UV oferecem proteção de cinco a sete vezes maior que as comuns.
Apesar de seu uso ser sugerido a todos que se expõem ao sol, a médica afirma que roupas UV são especialmente recomendadas a bebês, pessoas com lupus, colagenoses e câncer de pele, além de pacientes que já tiveram melanoma.
— Seu uso é também altamente indicado a esportistas, principalmente aqueles que lidam com atividades aquáticas, como iatismo e surfe — diz a especialista. — Não há contraindicações. São peças finas, que não retêm o suor e não são quentes, disponíveis em diversas cores e modelos no mercado. E, o mais importante, protegem de fato — complementa.
Tipos diversos, preços variados
Hoje, cerca de dez anos após a introdução da tecnologia no mercado brasileiro, consumidores já contam com as mais variadas opções de itens e preços. Bonés, chapéus, luvas, camisetas, saídas de praia e guarda-sóis são alguns produtos que oferecem a tecnologia.
A marca UV.Line foi a pioneira desse mercado no país, segundo afirma o diretor da marca, Lyonel Pellegrino. Com lojas físicas espalhadas por shoppings e centros comerciais do Rio, a UV.Line oferece produtos que vão de R$ 30 a R$ 300.
— Nosso início foi complicado. Era um campo totalmente novo a ser desbravado no Brasil. Precisávamos convencer dermatologistas da eficácia, achar fornecedores capazes de nos atender — explica o empresário.
Segundo ele, logo que trouxe a tecnologia ao Brasil, o carro-chefe eram as luvas, muito usadas por pacientes que tratavam manchas no dorso das mãos.
— No começo, chegava a ser engraçado vender roupa com proteção solar. As pessoas não entendiam bem o conceito, especialmente porque a conscientização sobre os efeitos da radiação era bem diferente naquela época — lembra Pellegrino.
Peças costumam seguir as tendências da moda
Passada a fama das luvas, o empresário conta que, hoje, os carros-chefes são as camisetas, tanto da linha infantil, quanto esportiva, em preços que podem variar de R$ 80 a R$ 150.
Outra marca que vem ganhando consumidores a cada verão é a Sun Cover, que já existe há quase nove anos no Brasil. Além das vendas em sua loja virtual, distribui seus produtos em lojas da cidade, especializadas em moda fitness e de dermocosméticos, além de farmácias de manipulação.
Associar as atuais tendências da moda aos produtos é uma preocupação da marca, que lança três coleções a cada ano: verão, alto verão e inverno. Na coleção de alto verão 2014, recém-lançada, estampas de onça e cores fortes, como o laranja, irão colorir as peças femininas.
— Fazemos pesquisas constantes, seguimos a cartela de cores da estação, sempre tentando conciliar as tendências da moda com o design apropriado para nossos produtos — conta a diretora da marca, Juliana Maia, acrescentando que os chapéus, para serem apropriados, devem ter abas que variem de 11 a 15 centímetros, por exemplo, de forma a oferecer proteção ideal quanto à mudança de ângulo do sol.
Com preços que vão de R$ 99 a R$ 350, são justamente os chapéus os itens mais procurados por consumidores da Sun Cover, já que a preocupação com a proteção do rosto aumentou muito entre o público feminino.
— São as mulheres que mais compram nossos produtos. Levam para elas, para os maridos e filhos. Quando compram chapéu, não levam apenas um, mas vários modelos, um para cada situação — conta Juliana.
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