Clipping vem do inglês, que significa “recorte”. O clipping ungueal consiste na análise histopatológica dos fragmentos cortados da lâmina ungueal distal. Embora haja trabalhos publicados na literatura desde 1948, esse procedimento médico tem sido esquecido pelo dermatologista na sua prática clínica.
É um exame rápido, prático, indolor e que não causa distrofia ungueal. Tem como uma das principais indicações a avaliação de unhas com ceratose subungueal e onicólise distal, achados clínicos comuns à psoríase e à onicomicose. É útil no acompanhamento e diagnóstico de pacientes em tratamento antifúngico, bem como em casos em que vários exames diretos e culturas foram negativos, apesar da suspeita clínica persistente.
O clipping apresenta sensibilidade diagnóstica superior ao EMD (Exame Micológico Direto) e cultura para fungos. Os resultados indicam a necessidade de combinar os três testes para estabelecer um diagnóstico, embora a cultura continue sendo o “padrão-ouro”, com alta especificidade e a única capaz de identificar o agente etiológico.
Como é feito esse exame?
É uma técnica não invasiva, sem necessidade de anestesia local. Corta-se a porção distal da lâmina ungueal (4 mm de comprimento x 2 mm de largura), colocando o fragmento em frasco de biópsia seco ou contendo formol a 10%.
A pesquisa para fungos é feita com coloração PAS (Ácido Periódico-Schiff) podendo ser identificados fungos dermatófitos, não dermatófitos e candida. Pode ser feito, também, no controle pós tratamento antifúngico.
Na psoríase, a coloração pela hematoxilina e eosina pode evidenciar grumos de neutrófilos permeando a hiperceratose subungueal. Esse achado também ocorrem na onicomicose, mas na ausência de hifas na coloração pelo PAS são fortemente sugestivos de psoríase. Sua ausência, no entanto, não permite a exclusão da onicopatia psoriásica, sendo necessária a biópsia do leito ungueal.
A coleta inadequada, as amostras insuficientes e a impossibilidade de identificação etiológica do fungo são fatores limitantes desse método diagnóstico.