Dr Paulo Oldani, da SBDRJ, contou que “ha cinco anos a SBD vem conversando com o Ministério da Saúde sobre a aprovação dos biológicos para o tratamento da psoríase, pois não conseguimos que fossem incluídos no PCDT da psoríase”. Ele e a Dra. Claudia Maia foram várias vezes à Brasília, reuniram-se com a CONITEC e a Secretaria de atenção a Saúde, “mas foi infrutífero”, contou.
Ha pouco tempo foi aprovado o uso destas mesmas medicações para o uso na artrite psoriásica, uma evolução da psoríase que ocorre em torno de 25% dos pacientes com a doença.
Oldani explica porque a decisão do MS é equivocada: “essa decisão de restringir a prescrição de biológicos (medicações de alto custo) para a artrite psoriásica aos reumatologistas, tira o nosso direito de medicar pacientes que apresentem esta manifestação. Se pensarmos que em 70% dos casos de artrite as manifestações cutâneas precedem em anos as manifestações articulares e em 15% elas são concomitantes, logo o dermatologista está numa posição privilegiada no diagnostico precoce. Por ser uma artrite que causa destruição articular causando incapacidades permanentes, o diagnóstico e o tratamento correto feito precocemente pode prevenir essa evolução”.
Ele ressalta outros aspectos: “sabe-se que uma consulta com reumatologista no SUS demora meses para ser marcada, isso retardara muito o inicio do tratamento e pode prejudicar o paciente. Em vários países, os protocolos de tratamento falam da importância do papel do dermatologista nesse ponto do tratamento”.
Por fim, Oldani conclui: “com essa decisão, o MS esta não só restringindo o direito do dermatologista de tratar adequadamente o paciente, como expondo os pacientes a um risco de evoluir para incapacidades”.