No último dia 2, a jornalista Priscila Aguiar usou uma rede social para contar uma história dramática e perigosa. O post começava assim: “Essa hora, 23h36 desta quarta, 2 de maio, eu deveria estar saindo de casa, de malas prontas, para a minha viagem tão esperada e batalhada: Lisboa, Madrid, Berlim, Hamburgo, Athenas, Santorini, Mykonos. Mas a mala está vazia no chão do meu quarto e eu em um quarto de hospital sem previsão de alta”. Priscila tinha sido internada no domingo (29), dois dias após ter realizado um preenchimento do nariz com ácido hialurônico. O diagnóstico: necrose de nariz.
Triste por perder a “viagem dos sonhos”, a jornalista decidiu expor o seu problema para fazer um alerta. “Preenchimentos têm se transformado em prática diária, mas complicações podem acontecer, como NECROSE de nariz e CEGUEIRA. Fiz o procedimento com uma biomédica. No entanto, ela não notou as complicações (…) Já me julguei muito por ter optado pelo procedimento de forma impulsiva, sem conhecimento e pesquisa. Mas tenho MUITO MEDO de ouvir que alguém passou por essa situação e não teve a minha sorte. Me sinto na obrigação de me expor e alertar”.
A paciente conta, no final do post, que foi salva por um dermatologista. O preenchimento com ácido hialurônico é um dos procedimentos estéticos mais realizados no Brasil e no mundo. E para realiza-lo, é necessário um profundo conhecimento de anatomia, farmacologia e das características físico-químicas do material que será utilizado. Não respeitar essa equação aumenta as chances de complicações e de resultados indesejáveis.
A SBD-RJ pede ao associado que indique pacientes que tenham sofrido com essas complicações causadas por não médicos. Nossa estratégia é pautar matérias jornalísticas a partir dessas informações. Esses casos devem ser enviados para o nosso e-mail sbdrj@sbdrj.org.br.
A divulgação de casos como o da jornalista Priscila Aguiar se faz importante em um momento em que a dermatologia precisa marcar terreno em defesa dos pacientes e da especialização.