Toda criança já teve medo de contar as estrelas do céu e acabar com uma verruga na ponta do dedo. Diferentemente do que diz a lenda, esses pequenos crescimentos na pele surgem devido à uma infecção pelo vírus HPV. Inofensivas, na maioria das vezes, as lesões também podem representar riscos maiores para a saúde. Por isso, é essencial procurar um médico, assim que forem notadas.
De acordo com o dermatologista Joaquim Mesquita Filho, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica, verrugas genitais merecem atenção especial, já que o risco de evoluírem para câncer (de colo de útero e de pênis, por exemplo) é maior. Lesões em outras partes do corpo costumam ser menos agressivas, com menor potencial para se transformarem em tumores malignos. No entanto, fazer vista grossa para o problema e não investigá-lo nem buscar tratamento é um erro.
— Não se deve conviver com o vírus contaminante — ressalta a dermatologista Ana Mósca, presidente da Sociedade de Dermatologia do Rio de Janeiro.
Verrugas são contagiosas, transmitidas pelo contato direto com pessoas ou objetos infectados. Mantê-las na pele significa risco de contaminação não somente para outras pessoas, mas também para o próprio indivíduo, que pode se autoinocular com o HPV (passar o vírus de uma região do corpo para a outra), ao coçar ou ferir a lesão.
— Toda alteração de relevo da mesma cor da pele, de aspecto áspero e sem sintoma (dor ou coceira) pode ser uma verruga — diz Mesquita Filho.
Medicamentos milagrosos não são indicados
Em geral, o tratamento das verrugas é feito com ácidos ou crioterapia com nitrogênio líquido. O objetivo é queimar a lesão e destruir a pele infectada pelo vírus — que depois se regenera, restando apenas uma pequena cicatriz. Em casos reincidentes, é usada a eletrocauterização.
Segundo Joaquim Mesquita Filho, não se deve recorrer a cremes e pomadas que prometem eliminar verrugas num passe de mágica.
— Há risco de o paciente se queimar, se usar o medicamento de forma errada. Além disso, o que se pensa ser uma verruga pode ser até melanoma. O diagnóstico precisa ser feito pelo médico — alerta.