Foi um sucesso a 1ª Caminhada de Conscientização sobre a Alopecia Areata, reunindo centenas de pessoas na orla de Copacabana no último domingo, dia 6. O evento foi promovido pela Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional Rio de Janeiro (SBDRJ), com apoio da SBDFL e ACHEDERMA/PROFUSE com objetivo de dar maior visibilidade à condição, reunindo médicos dermatologistas, pacientes e seus familiares, além de muitas outras pessoas que aderiram ao movimento.
A caminhada ocorreu do Posto 4 ao Posto 2, num percurso de 1,5 km. No estande montado no ponto de concentração, além da entrega dos kits para os 300 participantes previamente inscritos, eram prestados esclarecimentos sobre a doença. A proposta era contribuir para o esclarecimento sobre a condição e auxiliar os pacientes e seus familiares a lidarem melhor com os sintomas e o tratamento. Reconhecendo os sinais da doença, a pessoa pode procurar ajuda profissional mais cedo, obtendo melhores resultados com o tratamento.
“Essa caminhada tem o intuito de jogar luz sobre uma doença que é pouco conhecida pela população, mas é frequente nos consultórios dermatológicos. Embora não traga risco de vida, impacta muito no emocional do paciente, porque pode acometer de pequenas a grandes áreas do corpo, às vezes até ao corpo todo, e pode ser confundida com outras doenças. É uma condição que atinge também crianças, que podem sofrer bullying dos coleguinhas. Por isso é muito importante trazer essa conscientização para a população e diminuir a estigmatização sobre os pacientes, trazer a consciência de que é um problema de saúde, que não é contagioso, que tem tratamento”, explicou o presidente da SBDRJ, o dermatologista Thiago Jeunon.
“A Alopecia Areata afeta os cabelos de qualquer pessoa, qualquer idade e etnia. E como é algo que fica muito à flor da pele, muito chamativo, as pessoas olham, não entendem, às vezes pode gerar algum preconceito. Qualquer condição que leva à perda dos cabelos deixa o paciente muito vulnerável, tanto homem quanto mulher. A ideia é mostrar à população que essa doença é absolutamente benigna e ajudar a diminuir um pouquinho esse preconceito que pode ocorrer, mostrar que não tem problema. O paciente precisa primeiro ser diagnosticado e, se for mesmo Alopecia Areata, existem possibilidades de tratamento”, completa o Dr. Rodrigo Pirmez, um dos coordenadores do Departamento de Cabelos da SBDRJ.
Participando da caminhada, a maquiadora Dayse Batom falou do drama que viveu na infância por causa do desconhecimento sobre a Alopecia Areata:
“Quando eu tinha 6 anos, pouco depois da morte do meu irmão, eu perdi os cabelos e todos os pelos do corpo. Minha mãe me levou a vários médicos, até ao Inca, e ninguém sabia o que era. Um médico chegou a chamar minha mãe de louca, acusá-la de estar raspando meus pelos para chamar a atenção. Os pelos cresceram de novo e eu só fui saber o que era aos 20 anos, quando o problema se repetiu e um dermatologista deu o diagnóstico da Alopecia Areata”, contou Dayse Batom, que hoje faz um trabalho voluntário maquiando mulheres que sofrem da doença, para disfarçar os sinais e ajudar a diminuir o preconceito sofrido por elas.
Veja aqui as fotos 1ª Caminhada de Conscientização sobre a Alopecia Areata.