A perda dos cabelos causada pela quimioterapia gera uma sequela física e/ou psicológica que pode impactar negativamente as percepções sobre a aparência, imagem corporal e auto estima, a ponto de até 8% das pessoas recusarem a quimio por medo de apresentarem alopecia. Por isso, é tão importante a abordagem desse tema!
A perda dos cabelos acomete 65% daqueles que recebem o esquema clássico de quimioterapia e a sua incidência depende do medicamento utilizado, assim como da dose, duração, via de uso e da frequência das sessões.
A queda acontece porque os quimioterápicos têm “avidez” pelas células que possuem alta taxa de crescimento e multiplicação, o que acontece por exemplo com os cabelos em fase anágena (fase de crescimento capilar). Isso determina uma queda abrupta dos cabelos após 1 a 4 semanas do início do tratamento.
A recuperação ocorre em 80% dos casos em 3 a 6 meses após o fim do tratamento, porém em 20% há persistência da alopecia, ou seja, os cabelos não voltam a crescer após 6 meses do término da quimioterapia. Os novos fios podem nascer com texturas e cores diferentes, mas tendem a voltar ao normal com o tempo.
Em alguns tipos de câncer, como o câncer de mama, é possível prevenir a queda de cabelo através do resfriamento do couro cabeludo (“scalp cooling”) em até 50 a 70% dos casos. A técnica diminui a circulação sanguínea local, o que leva a uma menor quantidade de quimioterápicos dirigindo-se para o couro cabeludo, ao mesmo tempo que diminui a atividade do metabolismo dos folículos pilosos
Além dessa possibilidade, os pacientes com alopecia por quimioterapia podem se beneficiar de outros tratamentos para estimular o crescimento capilar.
O médico dermatologista pode auxiliar, em conjunto com o oncologista, a orientar, prevenir e tratar a alopecia induzida por quimioterápicos.
Dra. Flavia Weffort, pelo Departamento de Cabelos da SBDRJ.
Coordenadores do Departamento: Dr. Daniel Fernandes e Dr. Rodrigo Pirmez.
