Foliculite dissecante ou celulite dissecante é uma doença rara, inflamatória, crônica, progressiva e recidivante dos folículos pilosos, que acomete predominantemente o couro cabeludo de homens jovens afrodescendentes, entre 18 e 40 anos de idade. Sua origem é multifatorial, embora ainda não tenha sido totalmente esclarecida. Pode manifestar-se isoladamente ou associada a outras doenças como: hidradenite supurativa, cisto pilonidal e formas mais graves de acne. O quadro clínico da celulite dissecante varia de acordo com sua extensão e gravidade. Em geral, a doença inicia com pequenas áreas avermelhadas de inflamação no couro cabeludo, podendo evoluir com nódulos, abscessos, fístulas e áreas de perda dos cabelos.
O diagnóstico se dá através do exame clínico feito pelo dermatologista durante a consulta, com a ajuda da tricoscopia, exame realizado com um equipamento chamado dermatoscópio, que amplia a imagem do couro cabeludo e permite avaliar, assim, as estruturas características da doença.
A cultura do aspirado da secreção das lesões permite saber se há presença associada de bactérias e fungos e, por isso, é recomendada. Nos casos duvidosos, a biópsia cutânea pode ser útil.
O diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais para evitar a evolução da doença para perda capilar definitiva, reduzindo possíveis prejuízos na qualidade de vida do paciente afetado. As modalidades terapêuticas são diversas e precisam ser avaliadas caso a caso pelo seu médico dermatologista. O tratamento pode incluir: isotretinoina oral, antibióticos orais, tópicos, antissépticos para o couro cabeludo e infiltrações intralesionais. Para os casos não responsivos, a laserterapia ou até mesmo modalidades cirúrgicas podem ser opções alternativas.
Consulte um médico dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Dra. Mariana Tebet, pelo Departamento de Cabelos da SBDRJ.
Coordenadores do Departamento: Dr. Daniel Fernandes e Dr. Rodrigo Pirmez.