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Hanseníase ainda é um problema de saúde pública

Conceito

A hanseníase é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium Leprae ou Bacilo de Hansen. É uma das mais antigas enfermidades da pele, com registros que datam mais de 4 mil anos na China, Egito e Índia. No Brasil, porém, ainda é um grande problema de saúde pública. Em 2018, o Ministério da Saúde registrou mais de 28 mil novos casos da doença.

Diagnóstico e Transmissão

O diagnóstico é eminentemente clínico e realizado de acordo com as características dos sinais, sintomas e teste de sensibilidade térmica, dolorosa e tátil, além de palpação de nervos, avaliação da força motora das mãos e pés, avaliação dos olhos e nariz  e classificação do grau de incapacidade física. A recomendação do Ministério da Saúde é que seja realizada a baciloscopia por ocasião do diagnóstico de todos os pacientes para fins de acompanhamento. Nos casos de difícil diagnóstico clínico deve ser realizada  biópsia da lesão de pele ou de área suspeita. O contágio acontece através do contato com doentes multibacilates que não iniciaram tratamento – com muitos bacilos e grande potencial de transmissão. A Hanseníase também pode ser paucibacilar, com poucos ou nenhum bacilo.

Sintomas

Quase 90% da população tem defesa contra a doença, mas uma vez que o indivíduo é contaminado, a maneira como se manifestam os sintomas varia geneticamente. O tempo entre a aquisição e a manifestação dos sinais varia entre seis meses a cinco anos ou mais. Os primeiros indícios surgem como manchas discretas que podem ser claras ou escuras, de coloração avermelhada ou hipocromicas. Os pelos do corpo podem ficar rarefeitos ou ausentes, alterando a sensibilidade e a transpiração da pele. Se as finas terminações nervosas de uma área da pede for acometida pode surgir dormência, hipoestesia ou parestesia nesta região. Caso haja acometimento de troncos neurais periféricos pode surgir perda de força, amiotrofias, dedos em garra e mãos ou pés caídos. Em estágios mais avançados, surgem caroços e/ou inchaços nas regiões mais “frias” do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés.

Tratamento

A hanseníase tem cura, mas isso depende de como é feito o tratamento. Nos diagnósticos tardios podem acontecer sequelas. Nas formas paucibacilares, o tratamento dura seis meses e nos multibacilares um ano, podendo ser prorrogado de acordo com a necessidade de cada caso. Nos casos MB, depois da primeira dose da medicação, já não há mais risco de contágio e o paciente pode conviver com a sociedade normalmente.

Prevenção

Prevenir qualquer doença é relativamente simples e passa por manter um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada, prática regular de atividade física, evitar álcool e cigarro, manter boas condições gerais de higiene, etc. Fazer um diagnóstico precoce e um tratamento adequado também são boas formas de lidar com a hanseníase, no caso de ela já estar instalada. A vacina BCG deve ser aplicada nos comunicantes que não apresentem sinais clínico neurológicos da doença para melhorar a resposta imunológica e quebrar a cadeia de transmissão da doença.

Fonte: SBDRJ