(21) 97259-9915 / (21) 97109-2853

sbdrj@sbdrj.org.br

Alisamentos capilares

O alisamento consiste no uso de produtos cosméticos químicos que modificam a estrutura dos cabelos de cacheados ou crespos para lisos ou ondulados, permitindo a duração desse efeito após o enxague. Os alisantes podem ser classificados em alcalinos ou ácidos.

Os alisantes alcalinos são divididos em duas classes: os tióis (ácido tioglicólico/ tioglicolato) e os hidróxidos (de sódio, de potássio, de cálcio e a guanidina). Todos eles são liberados pela ANVISA para alisamento capilar. Os alisantes alcalinos agem promovendo a quebra das pontes dissulfeto (ligações químicas) presentes na queratina do cabelo. Essa quebra é o que permite que o cabelo fique maleável para ser moldado na forma final desejada, com o uso de secador e chapinha. O grande problema desses alisantes é a incompatibilidade entre tioglicolato e hidróxidos. Além disso, o pH muito alcalino dessas substâncias pode causar queimaduras no couro cabeludo, quebra dos cabelos e também deixar os fios mais frágeis e danificados.

O grupo de alisantes ácidos é o que popularmente se conhece como escova progressiva. O formaldeído (formol) foi a primeira substância utilizada com essa finalidade, sendo misturado a produtos contendo queratina hidrolisada (aminoácidos) e essa mistura, aplicada nos cabelos. Com o aquecimento promovido pelo secador e pela chapinha, o formol é liberado como gás e ocorre uma reação química entre a queratina hidrolisada/aminoácidos e a queratina do cabelo, chamada de crosslink, modificando a sua estrutura e tornando os fios lisos.

O uso de formol como alisante é PROIBIDO! O formaldeído é uma substância cancerígena, representando risco para as pessoas expostas cronicamente a ele (como os profissionais dos salões de beleza) mas também a exposição aguda ao formol pode trazer diversos riscos à saúde, tais como: reações alérgicas e de irritação na pele (incluindo couro cabeludo com queda de cabelo associada), nos olhos e nas vias respiratórias (com sintomas como falta de ar e tosse), além de intoxicação que pode inclusive levar à morte.

Após a proibição do formaldeído, outras substâncias passaram a ser utilizadas nas escovas progressivas:

– Ácido glioxílico está, atualmente, ainda em análise pela ANVISA sobre sua segurança para uso como alisante;

– Cisteamina HCL, cisteína HCL, aminoácidos de queratina glyoxyloyl e carbocisteína glyoxyloyl também não estão regulamentados ainda, mas existem produtos contendo esses ativos que já possuem registro na ANVISA.

Dicas para alisar o cabelo de forma segura:

  • Você sempre deve saber qual o produto que está sendo utilizado no seu alisamento e consultar na ANVISA se esse produto é um alisante liberado, através do número de processo presente no rótulo do produto;
  • Cuidado com produtos que são vendidos como alisantes e não têm liberação da ANVISA para isso! Um produto para ser vendido como alisante precisa provar que é seguro para ser liberado pela ANVISA (cosmético de grau 2). É muito comum produtos registrados como condicionador ou máscara (que são cosméticos de grau 1) serem comercializados como alisantes;
  • Leia atentamente as instruções de utilização do produto e observe as advertências que constam na embalagem;
  • Não utilize esses produtos se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado. Se você trata alguma doença do couro cabeludo e cabelos, consulte seu dermatologista antes de alisar os cabelos.

Dra. Taynara de Mattos Barreto, pelo Departamento de Cabelos da SBDRJ. 
Coordenadores do Departamento: Dr. Daniel Fernandes e Dr. Rodrigo Pirmez.